DespertAI

Brasil entre os Piores na Detecção de Fake News, segundo OCDE

julho 11, 2024 | by Daniel Sagin

DALL·E 2024-07-11 19.10.00 – A world map in a flat plane, rendered in high relief. Highlight the country of Brazil prominently without writing its name. On top of Brazil, place a

Brasil se destaca negativamente em estudo da OCDE, mostrando baixa capacidade de identificar fake news, com apenas 46% de acertos.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou recentemente os resultados do “Truth Quest Survey”, um estudo que mede a capacidade dos cidadãos em identificar conteúdos falsos e enganosos online. Fundada em 1961, a OCDE é uma organização internacional composta por 38 países membros que se dedicam a promover políticas que melhorem o bem-estar econômico e social das pessoas ao redor do mundo. A OCDE é conhecida por suas pesquisas rigorosas e sua capacidade de fornecer dados comparativos entre diferentes nações, sendo uma referência global em termos de desenvolvimento econômico e políticas públicas.

O “Truth Quest Survey” utilizou uma abordagem inovadora e gamificada, onde mais de 40 mil participantes de 21 países interagiram com conteúdos verdadeiros e falsos em uma plataforma que simula uma rede social. Os resultados são preocupantes para o Brasil, que se destacou negativamente no ranking.

Desempenho do Brasil: Um Alerta Vermelho

A pesquisa revelou que o Brasil obteve uma pontuação média de 46% na capacidade de identificar conteúdos verdadeiros e falsos online, ficando entre os piores desempenhos do estudo. Isso significa que, em média, os brasileiros acertaram a veracidade dos conteúdos apenas pouco mais da metade das vezes. Esse resultado é alarmante, especialmente quando comparado com países como a Finlândia, que liderou o ranking com 66% de acertos.

Falta de Confiança vs. Realidade

Um dos achados mais intrigantes do estudo é que a confiança dos brasileiros em sua capacidade de identificar conteúdos falsos não está correlacionada com sua habilidade real. Ou seja, tanto os brasileiros que se sentem confiantes quanto os que não se sentem apresentaram desempenhos similares, reforçando a necessidade de programas de educação midiática mais eficazes.

A Influência das Mídias Sociais

O estudo também destacou que o Brasil é um dos países onde a população mais utiliza as mídias sociais como fonte de notícias, com mais de 85% dos entrevistados relatando essa prática. Esse alto índice de confiança nas mídias sociais pode estar contribuindo para a dificuldade em discernir entre informações verdadeiras e falsas, dado que essas plataformas são frequentemente vetores de desinformação.

Desafios e Oportunidades

Apesar do desempenho geral insatisfatório, houve um ponto positivo: os brasileiros mostraram uma relativa facilidade em identificar conteúdos verdadeiros gerados por inteligência artificial (IA). No entanto, a identificação de propaganda como falsa foi um dos maiores desafios, com uma precisão de apenas 48%.

A Caminho da Alfabetização Midiática

Os resultados do “Truth Quest Survey” devem servir como um alerta para educadores, formuladores de políticas e a sociedade em geral. É urgente a necessidade de desenvolver e implementar estratégias de alfabetização midiática que melhorem a capacidade dos brasileiros de reconhecer conteúdos enganosos online. Isso é essencial não apenas para evitar a propagação de desinformação, mas também para fortalecer a democracia e a confiança nas instituições.

Enquanto esperamos por essas mudanças, cabe a cada um de nós exercer um papel crítico na verificação das informações que consumimos e compartilhamos. A conscientização é o primeiro passo para combater a desinformação e construir uma sociedade mais informada e resiliente.

Referências:

RELATED POSTS

View all

view all